terça-feira, 13 de maio de 2014

Década de 70 : Bases de uma revolução musical

A década de 70 apresenta as bases para grande transformação que a música cristã brasileira iria sofrer nas décadas de 80 e 90. Alguns fatos merecem ser destacados:

Em 71 os Jovens da Verdade gravam um LP chamado Drogas. São alvos de criticas duras, mas a música vira um sucesso. A reclamação maior era o fato de um grupo evangélico estar gravando um tema que não fosse adoração

VPC gravou o primeiro Disco, em 1971, com o título "Fale do amor". A capa mostra a influencia cultural e o indicio de que muita coisa iria acontecer!  Em 1973 a 12ª equipe laçou o disco "Se Eu Fosse Contar". FOI UM SUCESSO, Musicas como “Nas estrelas”, “Deus é real” invadem as igrejas brasileiras. Em 75 é lançado Louvor I com cânticos que viraram clássicos até hoje: Buscai primeiro, Ao Orarmos, Mente e Coração.




Paralelamente no seminário Palavra da Vida em Atibaia, o Maestro Dick Torrans forma um grupo de 8 componentes e chama de Palavra da Vida, nesse grupo estão Jayro ‘Jairinho’ Trench Gonçalves e Paulo César, alguns anos depois Dick, Jairinho e Paulo saem do palavra da vida por divergências musicais e fundam o GRUPO ELO. Seu primeiro disco é o CALMO, SERENO, E TRANQUILO. Em 79 Lançam o Disco OUVI DIZER, mais um Clássico da época, musicas como Ao Sentir fizeram sucesso imediato.


 O Conjunto Som Maior nasceu em 1976, sob a orientação do Ministro de Música, Pr. Roger Cole, Diretor do Departamento de Música da Convenção Batista do Estado de São Paulo, que escolheu um a um, os integrantes do grupo dentre os componentes do Coral Jovem do Estado de São Paulo. Pode-se destacar pelo menos um grande sucesso no inicio: Jesus Cristo mudou meu viver


Outro Grupo que também começa sua trajetória é o Voz da Verdade, O grupo começou suas atividades em 1978,com o LP "Quem é o caminho?", que teve a música "Jesus Vive" como o primeiro sucesso da banda. A família Moysés na época era dona de uma loja de calçados, e os discos do conjunto eram dados aos clientes como forma de brinde, e assim começou a divulgação do conjunto, que em pouco tempo já estariam fazendo grande sucesso.


Em 73, foi gravado na cidade de Curitiba o disco Cem Ovelhas. Antes do lançamento deste disco, Ozéias de Paula sofreu um acidente automobilístico em uma viagem de Curitiba para o Rio de Janeiro. Após a recuperação do acidente, o disco Cem Ovelhas foi lançado, atingindo altos índices de venda.


Alguns cantores que se destacariam muito nas décadas seguintes começam suas carreiras:

Shirley Carvalhaes grava seu primeiro disco em 76 de maneira independente e depois começa uma parceria com a gravadora rocha eterna.

Asaph Borba inicia um movimento de adoração no Sul do Brasil, ao gravar seu primeiro disco, intitulado Celebremos com Júbilo, juntamente com o cantor Donald Stoll

Em meados de 1970 foi criada a equipe “Realidades em Cristo”, essa equipe vai gerar a Igreja Cristo Salva.

Janires se converte na igreja Cristo Salva no centro de São Paulo, o músico tinha a vontade de criar uma banda de rock cristão. Ainda, nessa época o cantor já possuía suas primeiras composições. Foi gravado um compacto em 1979, mas Janires decidiu mudar-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde criaria o Rebanhão

Com grandes nomes e ideias surgindo ou se firmando no cenário musical, provavelmente o maior feito da década foi realizado por VPC com o lançamento do álbum "De Vento em Popa" em 1977, o primeiro disco com 100% de músicas compostas por autores nacionais como Sérgio Pimenta, Aristeu Pires, Guilherme Kerr, Edy Chagas e Artur Mendes, além de ritmos brasileiros, principalmente a bossa-nova e o samba canção. Foi um grande fiasco comercialmente, esse disco só foi redescoberto anos mais tarde, muitas lojas devolveram o Disco por acharem mundano. Um destaque é a música Sinceramente.

Ainda na década de 70 vão surgir algumas comunidades que serão fundamentais na década de 80 para mudanças significativas na musica evangélica brasileira

sexta-feira, 28 de março de 2014

Anos 60: Arautos de uma Era Vencedora...


O mundo em movimento


Uma Década inesquecível e transformadora, socialmente, economicamente, culturalmente. No Brasil as mudanças são profundas, o golpe militar é sentido em todos os aspectos da vida brasileira, na música Cristã as coisas não são diferentes. Surgem nessa década alguns nomes que vão mudar para sempre a história da música cristão brasileira.

Luiz de Carvalho, Edgar Martins, Feliciano Amaral e outros cantores de linha mais tradicional continuam firmes forte em sua jornada gravando discos. Alguns nomes vão surgindo, vou destacar dois grupos que são formados na década de 60: Arautos do Rei e Vencedores por Cristo




Em 1963 é formada a versão brasileira do conjunto Arautos do Rei, o grupo que pertence a Igreja Adventista, já existia nos Estados Unidos e tinha uma verão para língua espanhola os Heraldos del Rey. Com esse grupo os Adventistas ganham forte respaldo em sua evangelização, a qualidade é uma marca do grupo até os dias de hoje.

1º Formação

Em 1968 o missionário Jaime Kemp forma um grupo de jovens evangélicos para treinamento missionário e define a música como principal ferramenta de evangelização. No mesmo ano é gravado um compacto, toda a influencia é americana e as músicas são na verdade hinos traduzidos. Estava formado o mais importante ministério musical cristão do Brasil. É claro que ninguém, nem o próprio Jaime Kemp, imaginária isso, mas o que aconteceu nas décadas seguintes é simplesmente histórico

Inicio de uma revolução


Vamos retratar em outros textos, mas eis a lista de alguns compositores/cantores revelados por VPC : Adhemar de Campos, Adilson Massao Suguihara, Aristeu Pires Júnior, César W. Elbert, Gérson Ortega, Guilherme Kerr, João Alexandre, José Roberto Prado, Jorge Rehder, Jorge Camargo, Lamartine Possela Sobrinho, Mário César Andreotti, Marlene Wasques, Maurício Caruso, Maurício Domene, Nelson Bomilcar, Sérgio Leoto,Sérgio Pimenta, Rubem Ciola, Wesley Vasques. 


Talvez muitos nomes não sejam mais tão conhecidos hoje, mas garanto a você que em algum momento de sua história dentro da igreja, você cantou ou cantará algo ligado a Vencedores por Cristo

quinta-feira, 6 de março de 2014

Heróis da era de Ouro (Anos 50)

A história da música esta intimamente ligada com a própria história da igreja, enquanto em outros países alguns estilos musicais surgem no contexto religioso ou influenciado por ele, no Brasil ficamos presos pelo processo de cultura imposta pelos nossos evangelizadores. O modelo mais forte sem dúvida foi o americano. Isso fez com que até hoje tenhamos uma defasagem técnica e cultural na música. Sempre existe um tabu a ser quebrado.
Quando olhamos para o passado então...
Nos anos 50 o mundo está se reorganizando, fim da guerra, avanços em todas as áreas, no Brasil em especial começam as transmissões de TV, acontece a Copa, o mundo fica claramente dividido em dois blocos: capitalista e socialista. Esses são os anos dourados!
A música no Brasil nos anos 50 tem como forma principal de divulgação o rádio! Nos anos 50 temos a explosão do rock na Europa e América, aqui temos a Bossa Nova surgindo, enquanto o movimento se consolida, nomes como Nelson Gonçalves, Ângela Maria e Caubi Peixoto dão as cartas.



Na década de 50 começam a surgir cantores evangélicos, provavelmente o primeiro a se destacar foi Feliciano Amaral, com a gravação do 1º disco de 78 rpm do catálogo da gravadora Atlas, ligada à Convenção Batista Brasileira




 Luiz de Carvalho grava o primeiro LP de 33 RPM do gênero no Brasil, no ano de 1958 intitulado Boas Novas e introduz o violão nos cultos – em meados dos anos 50, quando o instrumento ainda era considerado profano demais para ser usado no louvor a Deus. Nos anos 40, cantores como Nelson Gonçalves explodiram o estilo boêmio, Luiz de Carvalho é nitidamente influenciado por esse estilo de cantar. Mesmo quebrando alguns paradigmas as músicas gravadas nessa década, são de modo geral, traduções de hinos.


 Luiz de Carvalho, Feliciano Amaral e outros que hoje são visto como conservadores, são na verdade heróis de uma época muito mais complicada. Glória a Deus pela vida deles e pelas barreiras que quebraram, modernizando um pouco em sua época a música cristã evangélica.


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Música Gospel ou Música Evangélica?

Acredito que uma boa maneira de começar é explicar a escolha do termo “Gospel” e não o termo “Evangélica”. Como disse no primeiro texto desse blog, nem sempre fomos “Gospel”. O termo gospel foi difundido no Brasil devido a uma sacada genial de marketing do então jovem pastor Estevam Hernandes(recém saído de uma boa passagem pela Xerox do Brasil).
 Até a década de 90 a música cantada nas igrejas evangélicas era EVANGÉLICA, simples assim. Não tínhamos a popularidade que temos hoje(não vou entrar na questão se isso é positivo ou não), os tempos eram outros, bem menos populares, nem por isso a música era ruim. Alias, boa música e musica ruim, sempre vão andar juntas, independente da nomenclatura. Escolhi o termo GOSPEL, porque realmente está consolidado, isso não anula a bela história das décadas anteriores e nem faz as histórias posteriores ao termo de qualidade inferior. No tempo da música “evangélica”, existia a preocupação com venda, com mercado e também com qualidade. No tempo da música “Evangélica” existia gente séria, compromissada e realmente adorando a Deus. Nos tempos do “GOSPEL”, existe muita preocupação com mercado, venda e qualidade, e também tem muita gente séria e adorando a Deus. Como esquecer ou desprezar nomes do tipo: Luiz de Carvalho, Feliciano Amaral, Ozéias de Paula, Alvaro Tito, Vencedores por Cristo, Grupo Elo, Logos, Milad, Semente, Mensagem? Por outro lado, como desprezar nomes que popularizaram o nome Gospel : Actos 2, Kadoshi, Kastbarnéia, Oficina G3, Aline barros, Cassiane, Rebanhão, Renascer Praise etc?

Portanto, independente da nomenclatura, se você gosta de dizer Cântico ou Corinho, Louvor ou Hino, a música tem acompanhado a história da igreja no brasil e muitas vezes mudando o seu rumo...

No fim da década de 90 a Banda Expresso Luz lançou uma música que parece sintetizar de maneira divertida a popularização do termo Gospel.

Começando a viagem

Nem sempre fomos “Gospel”, nem sempre fomos famosos, populares ou ricos. Temos história, sim, uma história rica e bonita. O cheiro do disco recém-comprado, ainda é sentido por muitos, lembranças de momentos difíceis que foram superados com a ajuda de um louvor... Quem não tem pelo menos uma história sobre isso? A Ideia de começar esse blog é para registrar isso, aqui você encontrará um pouco dessa história, não tenho a pretensão de contar TODA a história, até porque o Brasil é riquíssimo de boas histórias e bons grupos. A tarefa de contar toda a história, talvez seja até impossível, mas existe uma linha principal que pode e deve ser contada.

Não sou jornalista e provavelmente você encontre erros de concordância e gramática, o foco não é esse. Convido a você que viaje no tempo e relembre fatos músicas, histórias... Boas histórias. Boa leitura e boa viagem!